31/10/2008

Aqui estou eu!


E este é o nosso cantinho... uma vez que já não temos a Covilhã como nosso berço, porque a vida assim o quis, temo-la à distância de um clique... Porque o progresso assim o exigiu...


Esta é a minha mensagem de inauguração no "nosso" blog... Vou ser assíduo na participação e faço-o com muita, muita vontade, porque afinal escrever aqui é falar para vós, os seis, que tendes sido parte fundamental da minha vida...

Até amanhã! Vai haver festa e as oportunidades que temos para nos vermos têm de ser muito bem aproveitadas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

26/10/2008

O ABRIGO A QUE CHAMAMOS AMIGO






Posso garantir que ainda lembro, com assaz detalhe, cada um dos primeiros e últimos dias de aulas desse triénio 1995-1998. Pelo meio, recordo anos lectivos repletos de tudo a que os adolescentes têm direito: estudo, visitas de estudo, saídas à noite, borgas, amizades, namoros, curtes, zangas, encontros, desencontros, confissões...tudo isto (e sem o percebermos bem) numa avassaladora experiência de partilhas, com pessoas que, apesar de a inocência o desejar, não sabíamos que ficariam para sempre.




Os meus amigos que me conhecem sabem bem que sou uma espécie de agenda-calendário, de trazer no bolso...que tem sempre, para os momentos importantes, uma data para lhes dar rigor histórico e a tão célebre credibilidade nostálgica.




Era,precisamente, noite de 19 para 20 de Setembro de 1998. Juntámo-nos para saber, pela primeira vez via internet, os resultados das colocações de acesso ao ensino superior. Passava pouco mais da meia-noite e meia, quando, entre alegrias e desilusões, se impôs uma certeza: a Covilhã iria ter que nos deixar partir daqui, do conforto abrigado da montanha, para destinos litorais como Lisboa e Coimbra.


A partir daqui, cada um de nós, partilhou com outras tantas pessoas, ou talvez mais, os loucos anos académicos, marcados de tantas outras coisas que faziam pensar que, agora sim...somos adultos e vivemos a nossa vida tal como a desejavamos. Nesta altura, pela transição do milénio, acreditávamos que podíamos ser tudo, ter tudo e conquistar o mundo, por isso vivíamos em retumbante excesso, em doses avulsas de experiências que fomos partilhando, em encontros, mais ou menos, regulares dos 6. Pontos de encontro que, em alguns casos, cederam à modernidade e já nem sequer existem. Pólo Norte. Pensão S. Francisco. Viriatos. & Companhia.




Dez anos depois. Outubro de 2008. Tantas mudanças. Apercebo-me, agora, que só eu, 1 dos 6, está permanentemente a viver na Covilhã, o berço da nossa juventude. Apesar das atribulações da vida, persistem os laços que nos ligam. Quanto a mim, já não são tanto as mesas e as cadeiras, os intervalos e as noitadas que partilhámos no liceu que nos unem invariavelmente, mas as presenças marcantes, diria insubstituíveis, em tantos outros acontecimentos subsequentes, no bom e mau que a vida nos oferece e a que nos obriga.
É isso que nos une, com todas as nossas diferenças - o conforto daquilo a que chamamos "abrigo".
Leitão

25/10/2008

“O problema de quem sonha acordado e não diz quase nada é que, na escola, os professores, principalmente aqueles que não conhecem bem os alunos, são levados a pensar que algumas pessoas são um bocado estúpidas. Ou, se não estúpidas, pelo menos tristes. Ninguém consegue ver as coisas espantosas que estão a acontecer dentro da cabeça delas”, Ian McEwan - O Sonhador.

Éramos nós. A cabeça cheia de gel, para dar um certo style que tínhamos conservado dos anos 80, e de sonhos, porque afinal de contas vivíamos os melhores anos da nosssa adolescência e achávamos que a vida ía ser sempre um mar de rosas. Já nos demos conta que pode não ser bem assim, mas a verdade é que nos trouxe boas surpresas e uma delas são os nossos constantes reencontros. Cafés perdidos em primores desta Beira que continua a ser a nossa casa, por muito distantes que, por vezes, possamos parecer. Jantares reinventados em lugares nostálgicos e copos que terminam com um «até à próxima», porque a próxima é uma quase certeza que nos tranquiliza o espírito e nos garante que continuamos a estar aqui, quando o outro precisa.