03/12/2008

SUGESTÃO PELA MÚSICA




Parte significativa das nossas memórias inclui músicas de fundo, em formato slow motion, ou então estão recheadas de muitas outras sonoridades que, ao ouvir, nos transportam directamente para a temporalidade desses momentos.



Amigos, acabei de iniciar uma espécie de passatempo que quero partilhar convosco. Experimentem:

1) abram a pagina web do youtube (http://www.youtube.com/)

2) agora introduzam nomes de músicas ou de artistas que fizeram parte dos nossos anos de liceu;

3) vejam os videoclip's e oiçam a música;

4) por fim, deixem-se surpreender pelas recordações;



Aqui fica uma sugestão, para ouvir:

Foolish games (jewel); U2 (with or without you); Vermelho (Fafá de Belém); Believe (Cher); Creed (With Arms Wide Open); Celine Dion (My heart will go on); Dario G. (sunchyme); Xutos e Pontapés (Para Sempre); Paulo Gonzo (Jardins Proibidos); Silence 4 ( A Little respect); Excesso (Eu sou aquele); Shakira (Estoy aqui); Andrea Bocelli e Sarah Brightman (Time To Say Goodbye ); The Kelly Family ( Fell in Love with an Alien); Savage Garden (Truly madly deeply); The gift (Ok!Do you want something simple);Madonna (Frozen); M-People (Angel Street); Bryan Adams (I'm Ready); Natalie Imbruglia (Big Mistake); Alanis morissette (Ironic); e, tal como não poderia deixar de ser, Diane Lane (Nowhere Fast)...



E sabem do que me lembrei....

das noites de sábado à noite na & Companhia; do megatron; do laser da pista principal; das cartas enormes e das confissões que trocámos; do baile de finalistas; do carnaval no Paúl; do concerto do Paulo Gonzo nos Penedos Altos; do aniversario da Guida, nos Penedos Altos; dos playback's; do Big Show Sic; da Expo 1998; das tardes de sexta-feira sem aulas e das bebedeiras que apanhávamos; das visitas de estudo ao Gerês e a Sintra; dos namoros e desamores; das experiências (mais) íntimas; das promessas de sermos amigos, para sempre ...

Leitão


01/12/2008

O FRIO TRAZ SAUDADES!


Esta semana, o frio trouxe-nos a neve às encostas da Serra, lembrando-nos os invernos rigorosos de outros tempos, que gelavam tudo. Já não são do nosso "tempo" os nevões que impediam a circulação entre localidades durante dias, isolando-as, mas lembramos certamente alguns dias em que, ao acordar, um manto branco cobria a entrada da porta e tudo em redor...e não havia aulas!


Algumas horas atrás, já noite cerrada, subi à Serra...aos 1000 metros, a neve já cobria o tapete vegetal e a copa das árvores. Cheguei à Varanda dos Carqueijais e ganhei coragem para sair do carro....Era quase impossível permanecer por ali muito tempo, com temperaturas tão baixas. Mas a vista é surpreendente.
Uma constelação de luzes que desce pela encosta e se espraia no vale da Cova da Beira. É a Covilhã, maior do que aquela que conhecemos há 13 anos atrás, a fazer lembrar um presépio agarrado ao musgo.
Olhando para cima, o céu encontra-se, nestas noites, completamente límpido e as estrelas parecem tão próximas, que quase podemos tocar-lhes.
O silêncio é tão grandioso como o próprio horizonte. Apenas se ouve o vento a cerrar entre os pinhos e os meus passos sobre a neve, agora transformada em gelo.
Adivinha-se mais uma noite fria, daquelas em que apetece ficar à lareira, ao "borralho", beber uma bebida quente...uma amêndoa amarga, um porto ou até uma vodka como aquelas que bebíamos na Dona Céu, no Pólo Norte...aquela tasca no Largo 5 de Outubro, na Covilhã...

Leitão

22/11/2008

Década de Saudades…


Um dia alguém disse que nesta vida tudo é mutável excepto o clube do coração (BENFIIIIIIIICAAAAA)… Pois eu acrescento agora os amigos, pelo menos alguns, aqueles que na nossa mente definimos de “os verdadeiros amigos”, aqueles que fazem centenas de quilómetros só para nos consolar numa hora de dor, aqueles que não reclamam de atender o telefone às 4 da manhã (ok, alguns reclamam) só porque estamos com problemas existenciais, aqueles cuja saudade o tempo não consegue apagar.

Tal como o mar que vai e vem consoante as marés, também na nossa vida estamos mais perto de algumas pessoas em certas fases da nosso vida do que noutras. Por vezes, os amores e desamores, as actividades profissionais ou simplesmente o desmazelo e a preguiça impelem-nos a deixar para segundo plano esses amigos verdadeiros só porque egoisticamente sabemos que eles estarão ali quando deles precisarmos.

Eu já saí da «cidade neve» há uma década e continuo a afirmar categoricamente que foi ali que encontrei e tive que deixar, infelizmente, os meus melhores amigos. Outros houve que no entretanto surgiram através da faculdade, do meu emprego, mais recentemente através do mestrado, mas nenhuns me fazem sentir em casa como aquela meia dúzia de carolas que conheci na Covilhã.

Intelectuais, sonhadores, aguerridos, ingénuos, apaixonados, bons ouvintes, malucos… de tudo havia, e há, naquele pequeno grupo que se imaginava capaz de mudar o mundo com as suas teorias cheias da vida, tão próprias da juventude!

Faço agora uma retrospectiva para recordar com saudade, uma imensa saudade, os meus anos de Liceu… as milhentas de cartas trocadas quase diariamente com uma certa menina da Boidobra, os amores não correspondidos, os inúmeros testes estudados de véspera graças aos resumos de outros, as brincadeiras parvas do recreio (quem é que vamos mandar desta vez para as couves?), as visitas de estudo onde quase todos se amassavam e eu ficava sempre a chuchar no dedo… :-)

Que saudades dos meus tempos de Liceu… sabendo o que sei hoje, só me apetece parafrasear alguém e dizer: “oh tempo, volta pra trás…”

Hard_Kory

09/11/2008

Hoje lembrei-me de uma professora que, a meio de uma aula, começou a vociferar slogans comunistas: «O Povo, unido, jamais será vencido.» Lembrei-me de um aluno popular entre as colegas que se apaixonou perdidamente (e foi correspondido) pela boazona da professora de inglês. Lembrei-me de uma aluna que conservava um senhor bigode como se de uma medalha de mérito se tratasse. Lembrei-me da minha estupefacção perante algumas atitudes como estas. Lembrei-me que, perto deles, nós até acabámos por nos tornar adultos bem normais... Se a normalidade existe.

04/11/2008

Que apetite!!!


Aqui fica aberto o apetite para nos voltarmos a encontrar... e com ele um agradecimento pela vossa presença, sem a qual não teria sentido festejar a vida!

E agora que somos nós...



Realmente a nostalgia do passado, isso a que só nós chamamos SAUDADE, é um “mal” unicamente português, mas que, como tantas outras coisas, também está em vias de extinção.
Costumo dizer, a quem me ouve falar do passado, que sofro de um “mal de ser português”, deste Portugal que nos enche a alma de um vazio outrora preenchido por tantas emoções e desvarios, mas a quem agora apenas resta esperar aquela manhã de nevoeiro da qual despontará a nossa nova alegria e nos saciará as nossas esperanças!
Mas viver de saudades não é um mal… Hoje tenho a certeza! Viver de saudades é sentir um presente profundamente intenso pelo passado que vivemos e partilhámos!
Naquele tempo, em que éramos muitos e muitos eram poucos - porque o que era bom era ter muitos amigos – naquele tempo em que nos descobríamos com os nossos defeitos em formação e as nossas qualidades a crescer, nada fazia prever que viéssemos a constituir esta “família” que somos!
Éramos felizes e não sabíamos o quanto! Valorizámos ciúmes e “pequeninas disputas de amizade”, chateámo-nos por não nos terem chamado para o café ou porque não quisemos ir juntos a uma festa e nada disso adivinhava este nosso presente… Nesse tempo em que éramos muitos, tudo acabava por passar e o dia de ontem já não se lembrava na semana que vem… Éramos muitos, mas no fundo éramos só nós… Nós os que partilhávamos os problemas e os sofrimentos, nós que nos atirávamos a rebolar pelos canteiros que enfeitavam o nosso liceu, nós que depois de um “solário” na IlhAzul íamos experimentar a loucura de uma noite preparada em “tubitos” de ensaio. E, depois de muitos ensaios saiu a fórmula final: Nós!
E agora que somos só nós… vale bem a pena ter esta alma de português e ter este mal que a saudade alimenta e não cura, porque é muito bom ter amigos!
E agora que somos só nós… esperamos que outros preencham o lugar dos “muitos” e eles começam a chegar…

31/10/2008

Aqui estou eu!


E este é o nosso cantinho... uma vez que já não temos a Covilhã como nosso berço, porque a vida assim o quis, temo-la à distância de um clique... Porque o progresso assim o exigiu...


Esta é a minha mensagem de inauguração no "nosso" blog... Vou ser assíduo na participação e faço-o com muita, muita vontade, porque afinal escrever aqui é falar para vós, os seis, que tendes sido parte fundamental da minha vida...

Até amanhã! Vai haver festa e as oportunidades que temos para nos vermos têm de ser muito bem aproveitadas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

26/10/2008

O ABRIGO A QUE CHAMAMOS AMIGO






Posso garantir que ainda lembro, com assaz detalhe, cada um dos primeiros e últimos dias de aulas desse triénio 1995-1998. Pelo meio, recordo anos lectivos repletos de tudo a que os adolescentes têm direito: estudo, visitas de estudo, saídas à noite, borgas, amizades, namoros, curtes, zangas, encontros, desencontros, confissões...tudo isto (e sem o percebermos bem) numa avassaladora experiência de partilhas, com pessoas que, apesar de a inocência o desejar, não sabíamos que ficariam para sempre.




Os meus amigos que me conhecem sabem bem que sou uma espécie de agenda-calendário, de trazer no bolso...que tem sempre, para os momentos importantes, uma data para lhes dar rigor histórico e a tão célebre credibilidade nostálgica.




Era,precisamente, noite de 19 para 20 de Setembro de 1998. Juntámo-nos para saber, pela primeira vez via internet, os resultados das colocações de acesso ao ensino superior. Passava pouco mais da meia-noite e meia, quando, entre alegrias e desilusões, se impôs uma certeza: a Covilhã iria ter que nos deixar partir daqui, do conforto abrigado da montanha, para destinos litorais como Lisboa e Coimbra.


A partir daqui, cada um de nós, partilhou com outras tantas pessoas, ou talvez mais, os loucos anos académicos, marcados de tantas outras coisas que faziam pensar que, agora sim...somos adultos e vivemos a nossa vida tal como a desejavamos. Nesta altura, pela transição do milénio, acreditávamos que podíamos ser tudo, ter tudo e conquistar o mundo, por isso vivíamos em retumbante excesso, em doses avulsas de experiências que fomos partilhando, em encontros, mais ou menos, regulares dos 6. Pontos de encontro que, em alguns casos, cederam à modernidade e já nem sequer existem. Pólo Norte. Pensão S. Francisco. Viriatos. & Companhia.




Dez anos depois. Outubro de 2008. Tantas mudanças. Apercebo-me, agora, que só eu, 1 dos 6, está permanentemente a viver na Covilhã, o berço da nossa juventude. Apesar das atribulações da vida, persistem os laços que nos ligam. Quanto a mim, já não são tanto as mesas e as cadeiras, os intervalos e as noitadas que partilhámos no liceu que nos unem invariavelmente, mas as presenças marcantes, diria insubstituíveis, em tantos outros acontecimentos subsequentes, no bom e mau que a vida nos oferece e a que nos obriga.
É isso que nos une, com todas as nossas diferenças - o conforto daquilo a que chamamos "abrigo".
Leitão

25/10/2008

“O problema de quem sonha acordado e não diz quase nada é que, na escola, os professores, principalmente aqueles que não conhecem bem os alunos, são levados a pensar que algumas pessoas são um bocado estúpidas. Ou, se não estúpidas, pelo menos tristes. Ninguém consegue ver as coisas espantosas que estão a acontecer dentro da cabeça delas”, Ian McEwan - O Sonhador.

Éramos nós. A cabeça cheia de gel, para dar um certo style que tínhamos conservado dos anos 80, e de sonhos, porque afinal de contas vivíamos os melhores anos da nosssa adolescência e achávamos que a vida ía ser sempre um mar de rosas. Já nos demos conta que pode não ser bem assim, mas a verdade é que nos trouxe boas surpresas e uma delas são os nossos constantes reencontros. Cafés perdidos em primores desta Beira que continua a ser a nossa casa, por muito distantes que, por vezes, possamos parecer. Jantares reinventados em lugares nostálgicos e copos que terminam com um «até à próxima», porque a próxima é uma quase certeza que nos tranquiliza o espírito e nos garante que continuamos a estar aqui, quando o outro precisa.