01/12/2008

O FRIO TRAZ SAUDADES!


Esta semana, o frio trouxe-nos a neve às encostas da Serra, lembrando-nos os invernos rigorosos de outros tempos, que gelavam tudo. Já não são do nosso "tempo" os nevões que impediam a circulação entre localidades durante dias, isolando-as, mas lembramos certamente alguns dias em que, ao acordar, um manto branco cobria a entrada da porta e tudo em redor...e não havia aulas!


Algumas horas atrás, já noite cerrada, subi à Serra...aos 1000 metros, a neve já cobria o tapete vegetal e a copa das árvores. Cheguei à Varanda dos Carqueijais e ganhei coragem para sair do carro....Era quase impossível permanecer por ali muito tempo, com temperaturas tão baixas. Mas a vista é surpreendente.
Uma constelação de luzes que desce pela encosta e se espraia no vale da Cova da Beira. É a Covilhã, maior do que aquela que conhecemos há 13 anos atrás, a fazer lembrar um presépio agarrado ao musgo.
Olhando para cima, o céu encontra-se, nestas noites, completamente límpido e as estrelas parecem tão próximas, que quase podemos tocar-lhes.
O silêncio é tão grandioso como o próprio horizonte. Apenas se ouve o vento a cerrar entre os pinhos e os meus passos sobre a neve, agora transformada em gelo.
Adivinha-se mais uma noite fria, daquelas em que apetece ficar à lareira, ao "borralho", beber uma bebida quente...uma amêndoa amarga, um porto ou até uma vodka como aquelas que bebíamos na Dona Céu, no Pólo Norte...aquela tasca no Largo 5 de Outubro, na Covilhã...

Leitão

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